terça-feira, 8 de abril de 2008

Cinema: Timecode

Ficha técnica:
Diretor: Mike Figgis
Roteirista: Mike Figgis
Ano de lançamento: 2000
Gênero: Drama
Duração: 93 minutos
Elenco: Xander Berkeley, Stellan Skarsgård, Golden Brooks, Saffron Burrows, Salma Hayek, Holly Hunter, Jeanne Tripplehorn







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Sinopse: O diretor Mike Figgis (Despedida em Las Vegas) inova ao dividir a tela em quatro partes para contar a história de um misterioso assassinato. Quatro personagens principais estão no centro da história: um executivo do cinema e sua esposa, uma aspirante a atriz que está no meio de um caso e uma mulher cujas ações irão alterar para sempre seus destinos.



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Mais uma sessão do Cineminha na Liga aqui no Blog. Dessa vez o personagem principal é um diretor (e roteirista) inglês, chamado Mike Figgis. Figgis é um entusiasta do cinema digital e seus filmes tentam quebrar barreiras e preconceitos que muitos cinegrafistas ainda têm em relação ao video no cinema.
Ele mostra que é possível fazer filmes de qualidade com baixo orçamento, sem precisar recorrer à película e se submeter a todas as suas limitações. Dá um empurrãozinho em todos aqueles que possuem idéias na cabeça, uma mini-dv à mão, mas não têm coragem pra começar a filmar.


Minha opinião

Um experimento audiovisual. Uma tela dividida em quatro e um filme feito sem cortes, em tempo real. Hitchcock fez algo parecido no brilhante Festim Diabólico, filme realizado com apenas um corte (quem não se lembra do zoom in e out nas costas de um dos personagens?), mas não com a extensão e ousadia do Mike Figgis. O roteiro deixa a desejar, é verdade, mas a sincronia entre as "cenas" compensa. Ensaios e improviso. Tudo na medida certa.

Alex é o galã às avessas. Executivo do cinema, atravessa a meia-idade utilizando sua posição social para arrumar sexo com aspirantes a atriz. Cheira o tempo todo (aliás, qual personagem ali não é adepto ao pó?), trepa num cantinho com uma de suas amantes, enquanto sua mulher sofre de crise existencial na sala ao lado. Diz querer largar tudo e ir viver em Toscana. Propõe isso à sua mulher e à amante (Salma Hayek interpretando a maior biscate de sua carreira), porém fica claro que ele não abdicaria de suas facilidades para ter uma vida mansa em uma região remota da Itália. É tudo tipo.

Em uma das cenas (ou seria em quatro das cenas?), os operadores de câmera executaram um close up nos atores em quadro, talvez como uma tentativa de aproximação psicológica daqueles personagens. Interessante observar que todas as câmeras portavam lentes grande-angular (o que costuma tornar os closes mais poderosos, devido às distorções que essas lentes provocam ao se aproximarem do objeto em foco).

Em termos de história não há muito o que falar, mas a narrativa se torna interessante pela escolha estética do diretor. Pode se tornar confuso em alguns momentos, mesmo com a edição de som ajudando a identificar os "diálogos-chave" para ninguém se perder no meio do caminho. É, sem dúvida, um filme para iniciados e não para iniciantes (não havendo nenhum tipo de julgamento de valor neste enunciado).

* Destaque para a Holly Hunter (mesmo num papel sem destaque), sempre maravilhosa.

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Trecho do filme:















** Leitura indicada: Digital Filmmaking - Mike Figgis / Faber and Faber, Inc. 2007

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