terça-feira, 5 de novembro de 2013

Uma carta para Janines.

Janine,

Eu abri o blogger pra escrever qualquer coisa relacionada a mim, aos meus sofrimentos presentes, aos possíveis futuros e tudo o mais. Provavelmente eu iria expurgar um monte de coisas que estão aqui, de certo modo, presas. Mas deixa isso um pouquinho pra lá. Eu abri o "site" de novo e lá estava o seu pedido, talvez a sua provocação, de que, se era pra eu escrever, que escrevesse pra ti. E porque não, afinal?

Eu conheço pouco sobre você. Aliás, acho que nada. Talvez só que você é parmerense, faz Direito na mesma Universidade que eu e que é tímida. Tão tímida que foi preciso eu perguntar por você meia centena de vezes quando eu topava com a Amanda e ela me dizia: "A Janine tá estudando/Ela tá na sala/Ela ficou fazendo trabalho" e eu, morta de vergonha por ser uma aluninha medíocre, ficava: "Meu Deus do céu, ô diabo que estuda, nan!"

Creio eu também que tu deva ter lá os seus recém-completados 20 anos. Esse povo entra cada vez mais cedo na Universidade, benzaDeus! Eu não sou muito mais velha do que isso, mas sigo tendo uma impressão danada de que já vivi umas três vidas pra cada ano completado depois dos 20. A vintolescência me deixou mais forte, menos suscetível às dores e mais consciente dos meus movimentos. Eu espero, de coração, que isso aconteça com você também.

Eu tiro por mim. Quem me vê andando serelepe pela rua, não sabe de qualquer agrura que eu já passei. Da única vez que te vi na P.A. do CCHL, só pude perceber que você não olha nos olhos enquanto conversa, mas isso, é claro, era sinal de uma intimidade que não tínhamos e ainda não temos. Te desejo força quando escreves dos desafios acadêmicos, que 2013 anda ruim, que o desgraçamento da cabeça está em níveis estratosféricos, tenha certeza! Muito há de Vida a correr pelas suas veias e muito há de alegria também. Vai na fé, menina. Ela não costuma falhar. (Ok! De vez em quando ela dá umas quebrada e tal, mas...)

Desejo a ti, assim como pra todos os amigos queridos que eu fiz no site, felicidade e paz de espírito. Que pouco lhe falte! ("Que nunca lhe falte" seria um pedido utópico demais). De todas as coisas que nós devemos zelar, a mais importante é ela, que é a que mais faz falta quando se vai. Guarde a sua.

Abraço, querida.