terça-feira, 3 de agosto de 2010

Meu amigo.


Seu Sampaio dorme agora
na sua vida, eu sorri
na sua morte, eu não chorei
o rádio de pilha desligou
não tocará mais
O mundo mudou
E ainda não me dei conta
O meu mais velho amigo
mais jovem alegre
dormiu.
Agora, ele joga conversa fora
com meus avôs.
Deitado não o vi.
Apenas sentado, cantando.
É isso que ficará, amigo.

Durma em paz, querido amigo. Sentirei sua falta.

20:23 de 04/04/2010.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O infinito e nós.

Sete horas te escrevi que não poderia ser o melhor pra mim, meu querido. Olhei nas casas e elas me pareceram sombrias, por isso não me atrevi. Vaguei por mais lugares estranhos e ermos e eles não eram apropriados pra nós. Para nós, apenas um lugar poderia sustentar por alguns minutos as longas horas de amores guardados: o infinito. Se esse lugar existir, onde ele existir, de que modo existir, eu estarei lá, para sempre te esperando. O infinito nos hospedará por alguns minutos e esses minutos serão eternos, por causa do lugar que nos abriga. Horas, minutos, segundos, milésimos, tudo isso não terá nenhum significado. Onde quer que esteja o infinito, lá estarei eu e lá estaremos nós a nos perpetuarmos lancinantemente. Por isso somos mortais, para que possamos ter a oportunidade de nos tornarmos eternos. Por isso não me encontre onde eu te escreví cinco horas. O amor aqui, dessa maneira, jamais poderá acontecer.