terça-feira, 13 de abril de 2010

Devo confessar

Porque me sinto latanhada pelas unhas de um amor mal curado, que me persegue e há de me perseguir até os dias findos da minha vida, é que choro sem lágrimas nesse momento. Porque não há, em nenhum outro lugar, alguém que me diga que isso irá passar e me mostre com uma certeza absoluta de que não está enganado.

Enquanto choro, ele vive, ama, goza e eu vivo, choro e gozo a dor. Apenas a dor.

Enfeitiçou-me como um homem que me olhou profundamente às cinco da tarde de um dia que eu achei que fosse não terminar. Justamente por que ele era aquele homem, que atravessou o meu caminho e não saiu do meio para que outros ocupassem esse mesmo lugar. Atolou-se na lama de minhas lamúrias, aninhou-se no ventre de minhas angústias e apossou-se do órgão que controla o amor: o meu cérebro.

Que Deus abençoe a minha noite, para que possa dormir em paz. E que mais uma vez, possa ver o dia para ter de amá-lo tudo de novo. Porque se já não sai mais da minha vida, já não sei mais ser possível a vida sem a sua sombra.