terça-feira, 19 de agosto de 2014

Vida, vem cá só um instantinho?

Como não há mais saída viável pra mim, vai ser o jeito escrever mesmo. Eu já devo ter falado alguma coisa sobre isso em outro momento, ou com alguém, mas tem horas que não existem alternativas. Só o que dá é escrever. Passam-se os anos e eu não sei quando vou deixar de sentir uma falta imensa dos cadernos que estão guardados no guarda-roupa, que foram por um período crucial na minha vida, meus diários. Quem já se deu o trabalho de ler alguns dos meus textos aqui, sabe que a referência é quase obrigatória quando o assunto é sobre escrever. Não tem jeito. Marcou demais. E a forma abrupta com que parei de escrevê-los, mais ainda.
Quatro anos se passaram, desde então. E ainda sinto um buraco, um vazio, algo que pede pra que eu retome o hábito. Algo que diz: "Cria coragem, menina! Tu sabe se defender das coisas agora. Nada parecido pode te acontecer, não agora!". Mas, sei lá, o trauma ainda não foi superado. E aí, a maneira que há de expurgar, quando pesa o coração seja do que seja, é correr pra cá, pra tela quente do computador, pro bloquinho que carrego dos tempos de estágio, pras notas do celular e tentar colocar pra fora um pouco dos milhares de pensamentos, dos longos textos que fico escrevendo na minha cabeça o tempo todo.
Veio a viagem à Colômbia à minha cabeça. O quanto isso me mudou, hein? Sempre tinha muita gente pra não me deixar parar como paro aqui, sozinha nesse quarto quente. As 12 horas em Bogotá, mais as mais de 20 que passei em Guarulhos, me deram, obviamente, BASTANTE tempo pra pensar. Pensava nas descobertas, no passado, naquele presente frio pra caralho. Em quem eu tinha conhecido e tinha pouca esperança de ver, em quem eu não tinha conhecido, mas tinha muita vontade de ver... Enfim. Parece que me enredei na mesma teia das vontades que não podem ser realizadas assim, de pronto. De novo. Aí não sei se o segredo é ter mesmo paciência ou se é fazer uma loucura, não-sei-não-sei-não-sei. Que mané segredo o quê! Tem porra de segredo nenhum não. Mas, no momento, também não há o que fazer. Nem loucura, nem se eu quisesse agora
Olha, se a vida fosse mesmo uma pessoa, eu ia chegar nessa égua, ia sentar ela numa cadeira, ia falar mesmo no fundo dos olhos e dela e ia perguntar, com uma cara que ela ia  tremer mais que vara verde: "QUA-LÉ A TUA?"
Agora tenho que guardar mais todos os beijos que eu quero dar. Se fosse meu diário, eu escreveria tudo... rs