quinta-feira, 19 de julho de 2012

Espero

Quando te quis, meu dedos congelaram
As mãos suadas reclamaram
E a vida foi saindo, quase de repente,
Sem ver nem pra quê
De um lado que eu não imaginei que sairia.

Te quis, mesmo que não me quisesse
Com aquele fulgor, aquele gás sem medida,
Aquela urgência vagabunda,
Aquela vontade inexorável,
Te quis.

Não me quis,
Mesmo que o corpo cantasse
E quisesse dançar a dança que nos é devida.
Mesmo que quisesse saber da carne
Os prazeres ainda não descobertos.

Quis demais a boca, o corpo, o tempo, o prazer, o momento, a mão, o pescoço.
Quis demais.

Espero que já não queira.