Bacabal, 25 de Outubro de 2009.
Deve ser 1:00 hr de 26.
Apesar de eu sentir-me tentada muitas vezes a acreditar no "destino", quando paro pra pensar racionalmente (sim, porque se pode pensar com a emoção também), vejo que o mesmo não existe. Bom, não é que não exista de fato. Pode até existir, mas tenho que admitir que nossas decisões são o nosso destino. Tenta-me muito mesmo pensar "que estava tudo escrito", mas não está. Não está!
Ah, outra coisa: se pode mudar. E como se pode mudar. Veja a sua vida de dez anos atrás e repare em quantas coisas mudaram desde então, tantas que você nem imaginava. E em tantos aspectos...
Muitas pessoas acham que existe uma "natureza interna" da qual não se pode fugir. Bom, não sou profunda conhecedora do ser humano, mas se existe uma boa desculpa no mundo é a que: "não pude fugir da minha natureza... Foi mais forte do que eu"!
Nunca ninguém pode saber o que teria acontecido. Só se podem fazer especulações. Existem coisas que para o conhecimento, apenas a vivência é capaz de ensinar.
Bom, como se pode mudar, não podemos dizer que algo seja eterno. Podemos supor que seja - em alguns casos, torcer - mas sempre caímos na mesma teia de nossas esperanças que nos castigam quando não se concretizam, pois poucas coisas no mundo são mais tristes do que esperar o que, simplesmente, não vai chegar. Mas ao mesmo tempo, também existem sentimentos incrustados. Pessoas incrustadas, tal flepa na carne. Coisas que dão a sensação de que não vão curar.
Também não quero dar a impressão de que tudo seja efêmero. Algumas coisas realmente duram muito, duram mesmo pra sempre, pro nosso sempre, que é até a hora derradeira. O que eu quero dizer é que não podemos simplesmente acreditar que dure. Talvez dure. Tomara que dure, mas pode não durar.
Uma pessoa me desagrada muito. Ok! Eu posso abrir a boca para dizer: "Eu não gosto dessa pessoa"! Mas não é muito sábio abrir a boca e dizer: "Eu nunca gostarei dessa pessoa"! Porque pode acontecer que se mude de ideia um dia. A vida tem uma constância tão volúvel, que o que parecia eterno pode se desfazer por causa de um sonho.
A maturidade é como um carro com os faróis virados para trás. Quando a temos, as oportunidades para usá-las já ficaram no passado e, ironicamente, por causa delas mesmo é que podemos reinvindicá-la. Não é necessariamente uma questão de idade, contudo, é óbvio que alguém que já viveu mais tempo teve mais oportunidades. Mas não são somente as experiências que nos dão-na. Em suma, é o que fazemos com elas que nos ensinam alguma coisa.
O inteligente aprende com seus erros, o sábio aprende com os dos outros. Eis o privilégio dos mais jovens! Economizar anos e anos por causa da lição contida na história da vida alheia. Infelizmente, é característica do ser humano querer ver se o fogo queima mesmo ou se é balela que os outros estão contando.
Existem pesssoas que não fazem sentido. Não se apaixone por elas!
Jamila Carvalho.
*livremente inspirado em "O Menestrel" de William Shakespeare. Óbvio, não dá pra comparar... rs