segunda-feira, 28 de julho de 2008

Pedido a um velho amigo


Céu em que tanto brinquei
Em que tanto imaginei formas
Que tanto me apaixonei
Céu que me buscava
Céu que eu aprontava
Que eu me quebrantava
Céu que eu já tive
Céu que me percebia
Que me recebia
Céu que me ouvia
Nas minhas inocentes reclamações pueris
Mas que nunca ficava indiferente.
E quando a noite chegava
Nesse céu brotavam companheiras
Pequenas estrelas de prazer
Que me enlevavam
Que me faziam suas irmãs
Me davam beijos doces e fraternais
E que me punham pra dormir
Soprando o mais carinhoso dos ventos
E nem em sonho elas me deixavam
Elas sabiam dos meus segredos...
As nuvens eram meu alimento
Que me sustentavam na fraqueza
Que me deixavam robusta
Na esperança de ver o céu outra vez
- Pobre Céu, meu amigo
O que foi que fizeram contigo?
Que andas tão triste
Tão cinzento e obscuro
Abra um sorriso e anoiteça com minhas irmãs
Que eu amanheço meu coração.