quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tudo que eu fiz até hoje...


Tudo o que eu fiz até hoje foi só rir do sem graça, foi também chorar depois de ter feito uma coisa que não deveria ter feito, foi só ver a efemeridade da vida, foi só andar na direção do que eu acho correto, quebrando a cara sucessivas vezes.

Tudo o que eu fiz até hoje foi só amar, amar mesmo, amor de verdade, amar quem me cerca, amar quem me ama e, às vezes, até quem não me ama também. Tudo o que eu fiz foi só ser poeta, foi olhar pro céu cheio de estrelas e começar a contá-las uma por uma, imaginando que elas fossem bem pequeninas, menores que o dedo que as apontava.

Tudo o que eu fiz foi respirar bem fundo quando sentia um cheiro bom, foi fechar os olhos durante a noite na rua, foi olhar pra lua com muito respeito e imaginar como seria se nós pudéssemos fazer várias viagens interplanetárias por ano, nas férias de Dezembro.

Tudo o que fiz foi olhar o céu extremamente azul da minha cidade e contemplar as nuvens, imaginando formas, vendo ovelhas e outras figuras inimagináveis.

Tudo o que fiz foi fazer das minhas noites insones, as mais agradáveis possíveis, assistindo os filmes que passam, que, aliás, são os melhores, não sei se tenho essa impressão por que é mais emocionante ligar a televisão de madrugada, com o risco de acordar todos os que dormem e ver que só está passando aquilo e que eu tenho que aproveitar de qualquer forma, ou se as pessoas colocam mesmo, de propósito, os melhores filmes de madrugada pra incentivar os telespectadores a ficarem acordados com a TV ligada.

Tudo o que eu fiz até hoje foi sonhar, sonhar com o futuro e sonhar com o passado também, sonhar com os meus anseios, sonhar com amores, sonhar com essa vida.
Tudo o que fiz foi amar a água, sentir que ela consegue me tomar por inteiro, sentir que ela pode me fazer quase voar.

E tudo o que eu fiz até hoje eu quero continuar fazendo até o fim dos meus dias.
Tudo o que eu fiz até hoje foi por diversas vezes, ignorar que eu já tenho quase 18 anos e que garotas dessa idade não brincam de baleada, nem sujam, os seus pés de terra com as crianças menores.

Tudo o que fiz foi tentar não deixar de ser uma eterna criança, uma mulher que o tempo não estragou.

Só quero que, no dia que eu não estiver mais entre nós (daqui a muito, muito tempo mesmo), as pessoas digam: foi feliz quem escreveu isso...