quinta-feira, 10 de abril de 2008

Cartas ao escafandrista III

Prezado escafandrista,


Aqui no passado os nossos homens célebres costumam ser homenageados com medalhas, capas de revistas de fofoca, estampam as fotografias de jornais, são "vítimas" de coberturas audiovisuais a respeito de suas vidas profissionais e privadas, são donos de páginas e páginas de nossos periódicos; até estátuas nossos homens de destaque ganham. Tudo para as nossas inestimadas celebridades.


Mas eu custo a entender, prezado escafandrista, como alguém pode considerar que excrementos de aves urbanas possam ser concebidos como homenagem. Sim, prezado escafandrista, a maioria das homenagens citadas terminam como banheiro público dessas aves e outros animais afins. Não sei se o prezado escafandrista entende o conceito de banheiro, por isso tentarei explicitá-lo para seu maior entendimento.


Em nossos dias aqui no passado, utilizamos locais reservados para realizar nossas necessidades fisiológicas, como fezes, urina, e, algumas vezes, para satisfazer nossas vontades sexuais. Aqui no nosso pretérito-mais-que-imperfeito, consideramos todos estes atos como sendo imorais.


Agora observe, prezado escafandrista, seus descendentes consideram imoral o que é da natureza.
Meu caro homem do futuro, ajude-me a entender o seguinte: como algo inerente ao homem pode considerado imoral? A moral, então, é algo não-transcendental? A moral está além do homem?





Vocês aí no futuro, cagam e mijam? Vocês ainda têm o hábito de foder?

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