terça-feira, 20 de maio de 2008

Musica: Novamente - Ney Matogrosso

Me disse vai embora, eu não fui
Você não dá valor ao que possui
Enquanto sofre, o coração intui
Que ao mesmo tempo que magoa o tempo
O tempo flui

E assim o sangue corre em cada veia
O vento brinca com os grãos de areia
Poetas cortejando a branca luz
E ao mesmo tempo que machuca o tempo me passeia

Quem sabe o que se dá em mim?
Quem sabe o que será de nós?
O tempo que antecipa o fim
Também desata os nós

Quem sabe soletrar adeus
Sem lágrimas, nenhuma dor
Os pássaros atrás do sol
As dunas de poeira

O céu de anil no pólo sul
Há dinamite no paiol
Não há limite no anormal
É que nem sempre o amor
É tão azul

A música preenche sua falta
Motivo dessa solidão sem fim
Se alinham pontos negros de nós dois
E arriscam uma fuga contra o tempo
O tempo salta



"Inclassificáveis, novo show de Ney Matogrosso, em temporada que termina hoje no Canecão e estreou na quinta-feira para 1.800 pessoas, põe o cantor em vantagem diante de outros artistas brasileiros, sobretudo pela sua conceituação. É ela que o deixa além de muitos trabalhos recentes da MPB e, em especial, do pop-rock nacional. A partir da música-título do show, feita por Arnaldo Antunes (um maracatu com versos como "Que preto/que branco/que índio o quê!/somos todos inclassificáveis") e da própria sensação que evoca na platéia, fica claro que o lema de Ney é a sua liberdade pessoal. Esta se estende para as letras que grava, para a produção de seus shows e para o passeio rítmico que, comandado por ele, vai do samba à música grega em minutos." Por Ricardo Schott - JB Online.

3 comentários:

Chay Fernandes disse...

Eu tive vontade de publicar essa música depois de ler o texto de Agatha... ela me mandou direto para essa letra...nada mais representativo da velha história do “começar de novo”, mas agora diferente. :)

JuDolores disse...

E a gente perdeu o show Chay... =(

Sou louca pra ver esse homem fechante...

Tá vendo Agatha? Mais uma leitora...mas não tão fiel quanto eu ;)

rsrsrsrs

Agatha disse...

Já vi alguns shows dele, e gostei muito. Lembro de uns shows performáticos, e outros mais intimistas, como aquele em que ele gravou músicas do Cartola, por exemplo. Em ambos os estilos ele é sempre muito bom.

Boa dica, Chay :)

Beijos às minhas leitoras, e também autoras.