2 de Maio de 2013, às 16:33.
O meu coração dói, mas está em paz. Incrível isso, sabe? O último texto que eu escrevi nessa cadernetinha, sentada na praça de um outro shopping, meu coração não podia se suportar de tanto peso. E agora que está tudo acabado, que decidimos que o melhor é cada um seguir o seu rumo, já que ele não pode me oferecer o que eu queria demais, meu coração está leve. Muitíssimo mais leve de quando esteve quando se terminou pela primeira vez.
Não sei. Estou triste, é claro, mas eu consigo. Quero dizer, estou conseguindo manter-me no meu eixo. As alterações continuam as mesmas, no entanto: sem apetite e agora uma outra muito estranha: só consigo dormir até às seis da manhã, mesmo tendo indo dormir tardíssimo. Fico insistindo até pegar no sono novamente, o que leva umas duas, três horas. Desde a terça. É louco, isso.
(...)
Lamento que terminou, lamento que vamos nos perder, lamento que não serei eu a ajudá-lo a superar os seus medos, os receios, os traumas. Pena muito grande que não serei eu a quebrar o ciclo que ele se enreda todas as vezes. Infelizmente. Por que, por mais que desejasse ardentemente usar toda a minha capacidade pra fazê-lo feliz, era necessário que ele quisesse isso primeiro. Tentar embarcar nessa comigo e ver como as coisas podiam (e seriam, forçosamente) ser diferentes dessa vez.
Mas como eu já tinha visto, os quereres não estavam mais sincronizados e foi aí que se deu o "problema". Enfim... Que bom que se era mesmo pra que isso acontecesse, que foi da forma que foi. Tudo muito conversado, com a verdade que nos devíamos e com o afeto demonstrado na preocupação mútua, evidente e sincera com os nossos sentimentos.
Talvez eu consiga achar um lugar tranquilo pra ele no meu coração. Que haja paz pra mim em relação a ele; que nunca me doa ao vê-lo viver as coisas que ele precisa viver com quem ele precisa viver, com as novas histórias que ele precisa compreender que vão acontecer pra que o ciclo que ele temia se repetir comigo não se repita com quem há de fazê-lo feliz. Marcado já está, mas peço à Vida: que não fique indelével.
E que a Vida, essa louca que me faz de todas, me traga o amor que seja possível, que seja bonito e que seja leve e ao mesmo intenso, como foi aquele Janeiro maravilhoso que eu nunca achei que fosse viver. Ou pensei que estivesse longe demais.
O tempo não foi o errado. Pelo menos não pra mim. rs
E, apesar de uma certa dose de tristeza que é impossível de não ter, a Vida acabou atendendo um dos meus pedidos: que se não fosse pra ser, que eu deixasse ir em paz.
Obrigada, Vida, pela paz.
17:14. Na caderneta.
Um comentário:
Dizer o quê a alguém que nunca se viu e que se ama como a uma filha? Dizer o que alguém com esse altruísmo? Dizer o quê a uma quase menina que tem tanta maturidade para conhecer e conviver tão cedo com a dor e ainda ter a capacidade de ser solidária, amar com uma dignidade tão rara e enfrentar tudo de frente, quando poderia estar destilando o fel de todos os menos nobres sentimentos? Eu só posso dizer, acho que posso, eu te amo e que Deus, como quer que você o conceba, um dia vai te dar a chave da porta e te dizer: "Sai,minha filha e vai ser feliz!".
WE seu eu não estiver por perto fisicamente ou coma minha presença aqui neste mundo, olhe para o mar e diga: "Em algum lugar habita um amigo que me amou e sofreu comigo".
Beijo seu coração.
Postar um comentário