Eu queria acreditar nessas universos paralelos, onde eu estou vivendo felicíssima com o amor da minha vida ao meu lado. Meus filhos são educados e amorosos e nem ao menos reclamariam se eu comesse todos os doces que eles passaram a noite pedindo aos vizinhos - claro, não é tradição brasileira. Mas eu estaria vivendo na New York paralela - e, além de bem sucedida, os detalhes da minha vida sexual seriam indescritíveis de tão excitantes e revigorantes.
Mas o caso é que não. Vivo onde vivo e filhos estão nos planos pra vida, mas não pra tão cedo na vida. Ainda é preciso que eu ache o pai deles. O mais importante é que o pai deles me ache. E me queira. E me queira mais. E me queira de uma forma que ele não sossegue enquanto não me tiver. E que isso não seja alguma coisa má, pelo contrário.
A grande verdade, a verdade incontestável, é que eu não vivo sem sentir. E quando não há ninguém alvo dos meus represados desejos, há sempre aquela velha história do passado, que já fez-me o favor de se cristalizar e que eu nem ao menos sei se ainda se trata de amor mesmo ou uma gratidão profunda, o que não deixa de ser uma forma de amor.
O homem que conseguir romper as muitas e todas as barreiras que eu carrego, que conseguir meu amor e os meus desejos, eu digo apenas uma coisa: esse homem vai conhecer a felicidade.
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Não sei porque, me tem batido na cuca que eu poderia escrever um livro. Lógico, por mais que eu saiba que sou alguém que tem uma autoestima alta pra cacildis, sei que literariamente, o negócio é sempre mais embaixo. E aí não adianta forçar histórias, nem ideias, nem projeções, se a inspiração e o talento não estiverem presentes, em primeiro lugar.
Pra falar a verdade, eu comecei, quando tinha 18 anos, a escrever um livro. Era uma história medíocre, mas eu consegui ainda que fosse algo agradável de se ler. Parei na página 50 e tanta por que desestimulei, lendo histórias realmente boas dos autores que eu gosto. Inveja mesmo. E aquela constatação difícil que, por mais que eu tente e queira, eu jamais seria capaz de construir alguma história realmente magistral. Uma pena.
Talvez todo possível autor possa se sentir assim, ou talvez seja mesmo só coisa minha em relação às histórias que não me pertencem. Não tenho culpa. Fui apresentada muito cedo a mestres muito mestres. O saldo positivo disso foi que a minha imaginação se mostra capaz de escrever bem de coisas que realmente acontecem, como nos meus textos jornalísticos. Mas mesmo neles, ainda há muito o que aprender. Vícios demais a serem corrigidos e uma subjetividade exagerada que não me larga. Se eu conseguir alguma fama, justifico como o meu estilo... rs
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O fim do ano tá pra rolar. E eu, nesse ano, ainda não tive coragem de fazer aquela retrospectiva dos fatos mais marcantes do ano. Mas uma coisa eu sou capaz de me lembrar muito bem. Em 2008, também no final do ano, escrevi em um tópico na LP (mãe da LJ, o que tornou possível esse blog), chamado: "O monstro 2009". Nele eu falava sobre como era essa sensação estranha de que um ano ia acontecer e que eu não fazia a mínima idea do que ME ia acontecer nele. Afinal, 2008 havia me dado mostras de que a vida era algo demasiado frágil. 2006 me provou isso me atirando num precipício sem me dar paraquedas e eu caí. Caí rolando na parede do penhasco e quebrando cada ossinho que eu tinha no meu corpo frágil. Quando cheguei ao fundo, ao olhar pras minhas mãos, conseguindo abrir os olhos, percebi que ainda estava viva e que ainda havia pelo que viver. Subi, alquebrada, dolorida, pedra por pedra, galho por galho, com uma força que eu nunca havia imaginado que tivesse. Escorregava, levantava e subia de novo. Em 2008, eu ainda não havia atingido o topo e mesmo em 2012, eu sei que eu ainda não atingi.
Mas tudo o que aconteceu, não sei, me deu uma esperança de que coisas boas vão me acontecer, agora ou depois. E eu sei que vão mesmo. Não é uma questão de fé, é uma questão de certeza absoluta. Eu SEI disso. O monstro 2013 ainda me faz pensar um pouco, ter algum receio. Mas isso é típico em mim. Eu sei que quando o dia 1º amanhecer, eu vou sentir aquelas mesmas sensações de peito cheio de vida que eu sinto nesses amanheceres especiais.
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Digo mais uma coisa que eu esqueci de mencionar: eu estou apaixonada. Explodindo. Cometo a ousadia de parafrasear Gullar: eu sou uma fogueira de 1,61 de altura. Eu posso a qualquer hora desintegrar-me em soluços.
E já o fiz.
2 comentários:
mesmo você tendo 1,61 de altura...te quero!
Mon Dieu! Quem será, Jesus Cristo? Moooorro!
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